domingo, 31 de maio de 2009

TENTEI


Tentei explicar minha mania de falar alto pela minha descendência
tentei entender meu jeito de agir por meio da astrologia
e achei que meu tipo físico pudesse ser explicado pelo ayurveda

Achei que meu gosto pela ciencia era genetico
E que meus dons artisticos eram frutos da numerologia,
assim como o meu número do eneagrama decifraria meus defeitos

Pensei que as linhas da minha mão tivessem traçado meu destino por mim
E que as cartas de tarot entenderiam minha dificuldade de me expressar
Até imaginei que os búzios apontariam meu lugar para andar

Procurei nos filósofos a cura pra minha dúvida,
nos gurus, a cura pro meu sofrimento
e nos professores a cura pra minha curiosidade
...mas nada achei que me satisfizesse por inteira

Notei que aumento o som do carro ao máximo, pra minimizar o vazio
e que quando penso muito em algo que não quero mudo a música do meu ipod continuamente,
desejando que minha mente fosse de manuseio tão fácil quanto ele

Percebi ao fim de tudo, que talvez se usasse meu tempo mais pra me aceitar e trabalhar
do que explicar e entender
acharia todas as respostas já dentro de mim
e veria a tal realidade, que esteve o tempo todo me esperando dentro,
não fora...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

utopia


O que usar.. se ao usar as entrelinhas falo sua língua
que outro código havera de ter quando quero gritar
aquilo que não quero que ninguém possa escutar?

uso a poesia como cúmplice,
entrelaçando palavras pra desvencilhar sentimentos...
no subentendido encontro o conforto, me sinto segura nos meus momentos

esse subentendido que me aproxima de mim, me afastando de você
um subentendido tão claro, que no escuro sempre se vê
vontade de te abraçar, pegar sua mão, me deixar levar
vontade que controlo ficando apenas num sorriso, num olhar...

Queria pular do conto de fadas direto pro mundo real
queria ao menos uma vez poder viver algo normal
Mas o que quero é me concentrar no que é, não o que deveria ser
Me concentrar no agora, e não esperar o momento certo pra viver

{Texto e Desenho por July Tilie}

quarta-feira, 20 de maio de 2009

ZzzZzZ


Não vou mais dormir.. pronto, decidi!
É na noite que tudo acontece, na noite que a inspiração aparece
é na noite que dou as risadas mais incessantes,
e a noite que traz as surpresas mais interessantes
Na noite que começo a 'pegar no tranco',
depois de um dia arrastando minha energia chega a mil
quando a noite vem e cobre meu quarto de veludo negro,
é ai que descubro todos meus livros pra ler,
desenhos pra fazer e música pra ouvir... pronto, não vou mais dormir!
É na noite que sinto vontade de caminhar, já que o sol na minha cabeça não pode mais tostar,
E falando em cabeca, quando meu cabelo resolve obedecer, é hora de dormir,
e aí, adeus obediencia... com o sol raiando novos fios vao se rebelando, pois é, paciencia!
A noite a surda sinfonia de buzinas e vitrais deixa meu corpo em paz... já decidi, dormir nunca mais
É na calada da noite que minha vida faz sentido,
que o tudo e o nada se tocam em meus pensamentos, e me sinto
descobrindo as américas...
mas tudo isso parece loucura ao amanhecer.. deve ser essa tal de luz que põe á mostra a insanidade, nítida...
O escuro da noite deixa claro meus desejos, meus anseios...
quando chega a noite minha alma se despe dos receios, tão palpável.. falta tão pouco pra acabar o dia, uma dose extra de aventura é aceitável...
A noite me sinto livro pra voar, voar sem me preocupar em despertar
E assim não vou dormindo.. nunca mais..
nunca mais?... bem, talvez uma sonequinha... ou duas?
bom... quem sabe, não é tão mal
acho que uma sonequinha agora cairia bem, por sinal...
então, Tchau!


{Delírios e desenho por July)

terça-feira, 19 de maio de 2009

J U S T


Close your eyes...

Open your heart




Simple as a smile!

domingo, 17 de maio de 2009

Mono óto No!


Anitcha... impermanencia,
Tudo é inconstante, tudo é passageiro
Pra que se prender, se indentificar com a dor,
com a mágoa, com o desapontar?
E porque se apegar tanto ao sentimento de extase, prazer
quando esse é uma parte da sua história como as outras?

Tão dificil desprender, abrir mão...
tão difícil viver sem desprender também...

e viva a histeria, Freu!
Sem ela tudo seria tão mais simples, sutil

... mas talvez tambem seria muito mais monótono.

{texto e desenho por July Tilie}

sexta-feira, 15 de maio de 2009

would you?


thoughts come and go,
from one extreme to another...
I want to shout, from happines,
and two seconds later I still want to shout,
but now because I want to dissaper...


and what if I dissapeared... would somebody notice?

... and even then... would them care?

{texto e desenho por July Tilie}

segunda-feira, 4 de maio de 2009

INdescrição


O espaço vazio, aquela cadeira que sempre ficava vazia... hoje está ocupada, por uma face nova, nunca vista antes...
Deve estar repondo aula, talvez visitando um amigo... não isso não, tem a postura de quem está sozinho... algo diferente no olhar, no agir...
Quase não se faz notar, não fossem os olhos verdes, ou seriam azuis, que são destacados e emoldurados pela pele morena- será que passa os dias embaixo do sol? - e o cabelo negro completa a figura.
Sinto vontade de falar com ele, meu habitual questionário - 'quem és, que fazes, que sonhos tens..? eapós quebrar o gelo a tal fatídica questão: com tudo isso, és feliz?... se a resposta não for afirmativa, questionário encerrado... Enfim, tenho vontade de saber quem é, mas guardo esse desejo pra mim. Observo, de longe... não tão longe na verdade, na fileira de tras, do meu camarote onde observo o mascar do chiclete, e os músculos que sobressaem da face ao fazê-lo, assim como aqueles do antebraço que dançam pra cima e pra baixo quando ele escreve... No exato momento que estou descrevendo-o ele se vira, olha pra mim, agora entendo Machado de Assis e seus olhos de ressaca, olhos nos olhos, parece desvendar minha ação... me sinto nua, sinto calor e frustrada, não gosto de ser descoberta.. será que ruborizei? Ser descoberta me aflige, cala!
Calada termino assim minha descrição nada discreta.

sábado, 2 de maio de 2009

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E como que num silêncio, num instante
tudo posso tocar
Os burbulhos e barulhos da minha mente cessam
por um segundo, sinto a presença do nada
O nada, tão imenso, parecendo comprimido em um comprimido em mim
Se meu suspiro que me condena,
não é meu olhar que vai me salvar...


nua, somente com minhas máscaras,
tento mesmo assim negar...


às favas com essas mentiras tão sinceras, elas já não podem mais me salvar




sozinha assim fico, sem meus desvaneios, minha mente inteira, meu coração...


sozinha agora estou, inteiramente só, no meio dessa multidão


{texto e desenho por July Tilie}