sexta-feira, 26 de março de 2010

AnteSó


Vontades, temos tantas.. mas não percebemos que as vezes não basta ter vontade de um verbo somente, devemos analisá-lo sintaticamente. Me explico: o verbo namorar, ou amar... 'mas você não tem vontade de namorar?' Como teria eu vontade de algum verbo transitivo sem expecificarem o objeto direto que ele puxa junto? Para o querer namorar por namorar serve qualquer mal-caráter, qualquer carinho cômodo, qualquer desafazer conjunto, qualquer...qualquer.

Mas se o ter vontade de namorar pede um objeto direto, qual seria o meu? Qual tipo, qual modelo, qual príncipe encantado, ou sapo esperando pelo meu beijo? Bem, não sei... várias vertentes se formam... algumas características excludentes nelas mesmas, algumas que se forem ticadas em grupos de cinco também excluem o sujeito. Nessa lista tenho mais 'DON'Ts' que 'Dos', é mais facil indentificar o que não quero do que o que quero.. até por não conhecer tudo, e mesmo conhecendo saber que existem várias coisas legais em uma pessoa, difícil imaginar como essas várias belezas se combinariam no Tal. Agora o mais interessante foi a percepção que tive, que na lista dos excludentes extremos, não existia nenhum requisito físico. Veja bem, eu, como o resto do mundo, tenho um padrão de beleza que me agrada mais, mas até algumas features que imaginava que não me atrairiam em caso algum já me atrairam no conjunto total em alguns momentos da minha vida. Porém algumas características emocionais, psicológicas e de comportamento são razão o bastante para não pensar duas vezes e ter certeza, sem titubear, que não é aquilo que quero na minha vida.

Difícil saber quem, mas como máxima defino: tem que valer a pena... a vida tem muitas vertentes de paixão, então melhor que seja ele um merecedor de grande parte dela... afinal, o poeta já definiu bem: "antes só do que mal acompanhado"!


[Desenho e texto por July Tilie]

sexta-feira, 12 de março de 2010

IndignAÇÃO


Cara... como?! Como acordar um dia com a notícia que duas luzes se apagaram do nada, de maneira bestial e impensada? Como poder aceitar que a loucura invade o mundo de tal forma a ponto do livre arbítrio tornar o mundo tão injusto?
Poxa, e pior... pensar que um mes antes o vi numa festa, e como sempre somente falei um oi... em pensar em quantas oportunidades passaram de conhecê-los melhor, por timidez, vergonha, distração. Quantas chances assim vão passando?
Na calada da noite tudo ocorreu... será que uma última vez ele havia beijado a mulher da maneira que gostaria, ou estava muito distraido? Será que gargalhou nesse ultimo dia, nos instantes antes do louco mudar seu percurso? E será que mudou? Ou assim era pra ser? Sempre penso que tudo está nos conformes, que tudo tem seu motivo maior, mas nesses casos me custa acreditar nisso... apesar de diminuir a dor, a tristeza, a indignação.
Da indignAção, esse tal bichinho que joga um ar de revolta no sistema, que se aloja tanto na cabeça quanto no coração. Disso tudo o que acho proveitoso é pegar a parte da Ação.. utilizar essa energia e canalizá-la pro aprendizado. Transformar o mar de lágrimas em ambiente fértil para que flores possam nascer. Certamente seria a forma mais honrosa de lembrá-los, e assim escolheriam. Escolho então agir no presente, presentear-me com a opção de não deixar pra depois, não perder oportunidades.. presentear-me com o Ser ao invés de Estar, o Viver ao invés de Sonhar, e o Crescer ao invés de Calcular.
Um brinde à vocês, que essa noite fazem o céu muito mais brilhar!

[Por July Tilie]

sábado, 6 de março de 2010

Matemática Aplicada


Numeros, calculos, tempo... Dizem que tempo é dinheiro, será mesmo? Pois bem, andei pensando indiretamente sobre essa frase (ou será ela a conclusão das minhas idéias?)... Minha cabeça procura sarna pra se coçar, e muitas vezes pra não me dar conta do presente fico viajando nas idéias, e o mais engraçado é o momento em que me pego viajando e percebo quão longe eu fui, aí tenho que gritar lá de longe pra voltar onde estava.
Comecei a pensar que trabalhava dando aulas cobrando por cada hora, e ainda hoje trabalho contando as horas (e os minutos do tal cartão-ponto). Quando estou com pressa e atrazada, isso é: sempre, corro muito e além de usar bem mais gasolina também estrago as peças do carro ao varar as lombadas (ah, como ouço a voz do meu pai cada vez que pego no volante..), o que me custa mais, porém as vezes prefiro trabalhar mais e ganhar mais, para depois usar mais meu tempo com as pessoas, por exemplo ficar mais em uma festa antes de ir pra outro lugar, e depois ter que gastar com manutenção dinheiro ao invés de tempo.
Na mesma linha de raciocinio, a nossa mais nova aquisição foi uma máquina de fazer pão; divertidissima! Ficamos criando mil receitas, acrescentando as ervas e temperos do jardim, deixando a imaginação rolar solta. Ai a tal curiosidade.. poxa, maquina magica.. o tanto que fazemos de pão.. quanto se economiza com uma máquina de pão? Aí vai, a família se mobilizando pra desvendar o novo desafio (será falta de mais um hobbie por aqui?!)... 'Bom, com um saco de farinha da pra fazer quantos pães? e o fermento?... ah mas veja bem, pra ter o cálculo apurado também é necessario contar a energia elétrica que vai.. é mesmo'... e com os meus botões eu penso: " Não é possível, essa diferença com certeeza não vale o meu tempo de calcula-la"...
Antes a questão que era sempre posta girava em torno de um universo bidimensional: Tempo X Espaço... evoluímos (seria essa a palavra?) agora pra uma questão tridimensional: Tempo X Espaço X Dinheiro... Quão genial são os homens, para criarem algo que ganhou tanta força a ponto de virar um satélite no nosso sistema, tornando seus próprios criadores os escravos? Lembro-me bem de quão indignida fiquei ao assistir a Little Terror Shop, da flor carnívora que infernizou a vida de seu criador... e mais uma vez concluo que a ficção é só um espelho da nossa realidade, que a gente usou deste artifício pra tentar rir ao invés de chorar... até quando?

[Por July Tilie]