segunda-feira, 27 de outubro de 2008

"É Como tocar um mesmo violão...

...e nele compor uma nova canção"... Essa música me tocou quando a ouvi, talvez por perceber que eu não era a única que não sabia direito como voltar a gostar de alguem, depois de sentir a dor do não dar certo.
Sempre discuti muito com meu pai a questão do arrumar a cama...'Pra que? Se em breve dormirei de novo nela e vai bagunçar tudo outra vez?!'. Parte de mim travava sempre essa discussão pois, serei honesta, bem lá no fundo sempre me diverti com o esforço do meu pai pra mudar minha idéia... mas não entendia realmente o porque...e na minha cabeça comecei a traçar um paralelo com meus amores, depois da 1a desilusão: 'Pra que'- indagava eu pra mim mesma-'vou eu gostar de alguém de novo, se no fim vai doer tudo igual... mais choro, mais mágoa, mais uma parte de mim que vai ficar pelo caminho... Não".. não faz sentido!'. Aos poucos quis guardar no armário as asas de borboleta pra ir criando um casco de tartaruga...pra quê?! Porque?!... Fui me distânciando do sentir.. era bom, seguro... mas era tão, como chama aquilo mesmo... vazio?
Ao mesmo tempo saí de casa... e bum, ninguem me pedia para arrumar a cama, mas eu queria arrumar a cama... esse vazio juntou com a vontade de arrumar a cama, e assim a analogia continuou caminhando junto...
Sim, a cama vai bagunçar, e sim, eventualmente cada um vai pra um lado, talvez me desiluda... Mas a sensação de chegar em casa depois de trabalhar, e entrar naquela cama esticadinha, vale a pena o "trabalho" de arruma-la...
O mesmo digo do sentir. A vida é uma experiência, quanto mais nos abrirmos para bons sentimentos, e mais aptos estivermos pra sorrir e pra brilhar, melhor. Vale a pena sentir o aperto depois, só por se deixar sentir essa coisa gostosa que é o gostar...

Afinal, o sábio poeta já dizia há tempos.. "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena!"

{Texto e Desenho por July Tilie}

Nenhum comentário: