terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ah, vá! Tá...


Acabo de sair do cinema.. siim, finalmente o tal do avatar, que esteve sempre muito cobiçado para poder ser assistido por mim... ou não; talvez agora fosse simplismente o momento e as pessoas certas para que isso acontecesse.
Senti muitas coisas, e vejo a sincronia da vida... hoje, ao dar carona para duas moças que andavam na mesma direção que eu ia, começamos a conversar sobre a tão falada chuva, pra quebrar o gelo... e de repente me dei conta do medo que estamos tendo da mãe natureza.. cada vez que viajei nas férias voltei ouvindo uma notícia de tragédia ao chegar em casa e no mundo real. Me recordo bem que pouco tempo atras o medo que tinha era principalmente dos acidentes, da violencia... as armas do homem, o carro e a espingarda, eram o que me deixava mais receosa.. mas hoje em dia o que todos temen não são os frutos do que o homem criou, e sim a consequencia das ações que tomamos. Ao chegar no ponto, as caronistas se despediram, agradeceram, e agradeceram de coração, e quando engatei a primeira me senti revigorada... que maravilha poder ajudar com uma pequena ação alguem, e ser mais ajudada em troca com um sorriso e um contato sincero, de ser humano pra ser humano.
Enfim, após esse longo parenteses volto ao filme, e a ligação que atribuo aos fatos: no momento que tentam ressucitar a doutora (com o perdão dos que ainda não viram.. que provavelmente não deveriam ler a partir daqui), a emoção me tomou, senti que voltava ao ENCA, o encontro das comunidades arco-iris, e lembrei a sensação de estarmos todos juntos, ligados e em busca de um mesmo objetivo. Senti a felicidade de ver o ritual no filme com olhos familiares, de recordação e nostalgia, mas ao mesmo tempo senti uma tristeza grande... pois percebi quão longe da idéia de conjunto vivemos hoje em dia. Tive a sorte de vivenciar esses encontros, provar o gostinho desse sentimento que preenche, mas imagino os que nunca tiveram esse gosto, que nunca abriram os olhos e coração pra perceber que o que vivemos não é a única, muito menos a melhor, maneira de ser.
O filme avatar demorou anos pra ser feito, e saiu na hora certa. Todos sentem uma parte do coração dilacerar ao ver a arvore sendo detonada na telona, mas creio que o sentimento é mais vivo por perceberem que o que vêem na tela infelizmente não é somente ficção.. quem dera esse filme fosse tão distante para nós como guerra nas estrelas ou a branca de neve...
Fico feliz de ver que os filmes, mesmo diluídos entre tantos besteróis, ainda de certa forma chegam onde tem que chegar, e são meio efetivo para passar mensagens.. Afinal, os gregos criaram o teatro não somente como entreterimento, e sim como espelho para os homens... espero que a reflexão que for gerada por esse reflexo dê bons frutos... não podemos nos dar ao luxo de continuar deixando todos eles apodrecerem.

{Por July Tilie}

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