quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Paz a rinho


Ao entender a força e coragem necessárias para seguir meu coração,
percebo como é dificil, com tanta coisa interna e externa
distinguir ao certo se é sua voz mesmo que me fala...
certeza que antes se instaurava em mim,
mas por olhares magoados me faz até duvidar.

E eu, transparente e translúcida
que sempre pensei ser
nos momentos que realmente importam, me calo
com medo de quebrar ao me mostrar
escolhendo assim que todos vejam a casca,
deixando o molusco que mora em mim e se machuca
sempre na sombra, a descansar

Se nesses momentos pudesse me escancarar
parar de fingir ser o espinho e mostrar a bruta flor
que mora em mim e que me guia, talvez fosse entendida..
entenderiam talvez que, se não me levanto para me despedir,
não é porque não me importo...
talvez seja porque simplismente não consiga os ver partir

Crescemos, dores novas desbravadas...
a dor da decisão, dor de não conseguir dizer adeus,
mas ao mesmo tempo não conseguir mudar o rumo
dor de não caber em si, e de ficar miudinho
dor de não querer ser, e de ser tudo ao mesmo tempo
dor de se aceitar...

Que quando sara vira amor, vira beleza
aquela de ver no céu a calmaria que se instaura após a tempestade
pureza do aprender, do distinguir

Continua observando o céu...
essas nuvens, tenho certeza
assim como todas as outras que já vieram
passarão

e eu?
Passarinho!

[por July Tilie]