segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Atemporal

Não sei o que foi, ou onde, ou quando

Se foi naquele abraço
ou no ressoar da sua voz

Talvez ao ver seus olhos me olhando, do outro lado da sala
ou melhor ainda, a fuga rapida e envergonhada ao serem descobertos

Talvez a impossibilidade
misturada com a sua sempre gentileza e cordialidade

Seus elogios sinceros, sua atenção
A maneira que a conversa flui e como você me ouve

Ainda até posso crer que foi quando finalmente me fitou
seus olhos sérios, respiração ofegante e mãos confusas

Hipotese plausível é que foi quando se rendeu e me beijou
Beijo terno, contido e completo em si... beijo silencioso que fala por si só

Posso crer talvez que foi após isto, quando declarado nosso carinho ficou
que ao concordarmos que a sintonia existe para ambos que tudo se consolidou

Fiquei hooked... enganchada pelo momento
que mais belo é por ter sido completo nele mesmo

sem expectativas ou amanhãs...

sem promessas ou profecias

sem necessidade de começo ou fim

pois é sensação perene e atemporal

são as marcas, fotografias na memória, um instante partilhado
que fazem um momento, uma noite, uma vida valerem a pena

sábado, 23 de julho de 2011

Ode a Mochila, a grande

Ode à Mochila, a Grande

Viajando vi lindas paisagens, e os mais sujos albergues 
Tive muita sorte, e alguns imprevistos que quase fizeram bambear minha fé
Na estrada meu riso foi solto e descompromissado, e meu silêncio vinha carregado de reflexão
Vi os mais lindos sorrisos e faiscantes olhares, assim como presenciei as maiores grosserias e mas-vontades de alguns que por mim passaram, diferença cultural ou sei lá...
Endureci, fiquei com tudo mais acostumada...Amoleci, fiquei ainda mais uma eterna enamorada
Tive momentos de puro amor por aqueles que meu caminho fizeram acontecer...e por vezes tudo que queria era fazer eles todos desaparecer...
Me senti a maior marionete do destino por tudo que se sucedeu, e ao mesmo tempo nunca estive tão certa que quem escolhe onde e como estou sou eu
Quis gritar por não conseguir controlar o rumo que relações paralelas tomaram, mas a vastidão do mundo que vivi me mostrou, novamente, que tudo tá certo e em seu lugar
Aprendi a confiar, aprendi a batalhar... Saber a hora de clamar pelo que quero, e dicernir a hora de esperar o pedido chegar
Tanta gente que apareceu me ajudando com tanta prontidão encheram de alegria meu coração; mesmo coração que em tantos momentos se despedaçou com tanta pobreza e podrdão
Experimentei a solitude, solidão, amizade e companheirismo de formas que são inefáveis
Toqueis as artes de maneira descompromissada, pincelei visões e emoções quando assim o quis
Provei o gosto e calor de outras culturas, experimentei encontros que deixaram marcas, suspiros e lembranças pra uma vida toda
Por fim experimentei gratidão de explodir o peito, e tenho ainda mais certeza que a vida sorri pra quem sorri pra ela, a lei do universo é clara, bela e coerente... Vivendo e aprendendo a jogar...estou pronta pra colher todas as flores que no meu caminho resolverem brotar...
Viajar é caber o mundo na mala que carregas nas costas, ao mesmo tempo que passa a ser difícil caber a felicidade que a vida na estrada proporcionou dentro de si. 
Viajar é aceitar ou, ainda melhor, aproveitar a impermanência soberana da vida, reverenciando sua beleza e aprendendo a lidar com a continua transformação
É o mais perfeito estado de Estar, em detrimento da noção de Ser.

domingo, 10 de julho de 2011

CouldntCareLess

O que incomoda é a indiferença
Isso que irrita qualquer um e tira do sério
Mais do que irrita, magoa
Acreditar em um dia que a existencia da pessoa gira em torno da sua
Como a terra no cosmos vive em função do sol, e não ele da dela...
E perceber no dia seguinte
Que sua existencia já não importa mais nem um pouco a ela...

O que incomoda é o julgamento
Por todos os lados apostas, expectativa
Que eu, como sempre, partiria mais um coração
Sem saberem que em vão tentei eu
Não ficar despedaçada sem ti
E aos poucos relembrei como viver na solidão

O que consola, se algo assim o faz
É saber que no fim das contas
Não és lá aqueeele bom rapaz
Ou eu talvez não seja a tal moça que clamava que eu fosse
Pessimista me considerei por achar teu afeto tão doce

O que consola-me, meu bem
É saber de tal fato que vejo
Que o que me encanta, no fim, é o desejo
Cultivei, assim, por ti bela flor em mim
Entretanto decidiste não morar no meu jardim

Respeito e aceito sua escolha
Se não queres minha flor fica com a folha
A beleza que vi nascer aqui se encontra
E quando melhor jardineiro aparecer estarei pronta...

Prometir a voce arcar com as consequencias do meu amor
E quando me esqueceste assim o fiz
Agora prometo a mim mesma
Independente de tudo
Ser feliz!!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

EScolha

Meu bem querer
Querer-te bem é tão bom
que até medo me dá
Fico nesse impasse
Será que é tão ruim deixar-se machucar?

Esse meu dilema
Uma esfinge deveria propor
Quão complexo deve ser
escolher ou não se deixar levar pelo amor?

Mais alto o salto, maior a queda
Cada vez que completa me sinto
por alguém tão especial que aparece
mais imagino o vazio que ficaria, vai que alguma coisa acontece...

E acontece, voluvel eu sou
você também... não somos, somente estamos
... e quando estamos tudo é tão bom
Que o que vem depois pode vir em alto e bom tom

Se já me tortura ter que escolher
o sabor do sorvete a tomar
imagine ponderar entre a dor e a delícia
do misterio de amar

E o mais engraçado disso tudo
É o tempo que gasto e fico a martelar
Quando o sentimento não dá escolha
Ele escolhe sozinho quando vem e quando vai passar